segunda-feira, setembro 19, 2011


Pensei em convidar-te para ir comigo até a Itália visitar o Coliseu, ou na Espanha assistir festas típicas, ou quem sabe nas ilhas gregas, observar a vida passar enquanto navegamos em um barquinho branco e pequeno em que caiba apenas nós e esse amor infinito que se esconde na bagagem. Queria chamar-te para, comigo, cometer loucuras - doces, bobas, insanas -, como desenhar no vidro embaçado de uma loja movimentada ou dançar sem música no parque em pleno domingo de manhã, e todas essas coisas que pessoa alguma tem coragem de fazer quando se está sozinha. Imaginava sua reação ao dizer-lhe todas as coisas que desejava fazer contigo. Se fechasse os olhos e ficasse em silêncio, era capaz de escutar sua risada leve e despreocupada enquanto me dizia que eu não passava de uma garota boba. E mesmo sendo essa garota boba, tinha absoluta certeza de que concordarias em acompanhar-me em todas essas viagens. Você, assim como eu, não estaria sozinho. Seríamos nós, escrevendo mais um pedaço dessa nossa história tão bonita e diferente de todas as outras. Diferente pois existe amor. Não o amor das borboletas no estômago, decepções por não responder a mensagem ou gritar de ciúmes, mas sim o amor da calmaria, do saber-que-o-que-é-seu-está-te-esperando. Eu me sinto completa mesmo longe, pois dentro de mim você vive e me lembra à cada pensamento triste que seu colo me pertence. Todos os dias ando sobre nuvens e flutuo junto ao vento que vem do leste. E quando insisto em colocar pontos finais com medo de que canses de mim e tudo torne-se lembrança amarga que azeda nossas noites, você insiste em colocar reticências e completar linhas e mais linhas no conto que fiz com teu nome. E quando vejo, já não sou apenas eu, mas você também. Quando já não sei mais para onde te levar, vejo que não sou apenas eu, tampouco apenas você. Somos um só, compartilhando duas vidas entrelaçadas pelo destino - o acaso não seria tão exato assim. E mesmo quando se vai, você não parte. Você permanece - dentro de mim. Pulsa, vive, sussurra que, assim como estás em meu peito, estou no teu. Você me acompanha pela rua, me abraça quando está frio e esqueci o casaco dentro do carro, lembra da noite passada quando vejo um filme meloso na tevê e segura minha mão quando me sinto sozinha. Eu não preciso te convidar para fazer loucura ou viagem alguma, pois seu amor dentro do meu peito já me faz dar voltas e voltas ao redor do mundo todos os dias. E mais uma vez penso em como é bom gostar de você. (Gabriela Santarosa)
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